Sétimo

03 de outubro de 2014

Quem for ao cinema assistir “Sétimo” (2013) do diretor Patxi Amezcua por causa do cultuado ator argentino Ricardo Darín vai se decepcionar. Não por causa de Darín, que é quem abrilhanta o filme com a sua atuação sempre ótima. O problema é que ele sozinho não dá conta de salvar o filme como um todo. Darín é famoso por atuar em grandes películas do gênero suspense/drama/policial como é o caso do ovacionado vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2009, “O segredo dos seus olhos”, ou ainda em, “Nove rainhas”, “Elefante branco” e “Abutres. Porém, Sétimo vai entrar para a lista de seus trabalhos facilmente esquecíveis.

O filme se passa na cidade de Buenos Aires, onde Sebastián (Darín), separado da esposa Delia (Belen Rueda), vai até a sua casa para levar os filhos Luca (Abel Dolz Doval) e Luna (Charo Dolz Doval) para a escola. Numa brincadeira costumeira, as crianças decidem descer do sétimo andar onde moram até o térreo pela escada do prédio enquanto o pai desceria pelo elevador apostando para ver quem chegaria primeiro. Ocorre que, Sebastián chega ao hall de entrada e se dá conta de que os filhos simplesmente desaparecem no caminho. Começa então uma caçada entre os moradores do edifício onde todos passam a ser suspeitos. A ideia é até bastante interessante, porém são tantas pontas soltas no roteiro e tantos clichês utilizados de filmes do gênero que o filme perde a sua magia e seu encanto.

O desfecho de tom melodramático põe por água abaixo toda e qualquer tentativa de fazer o filme funcionar. A ideia de usar o próprio edifício como um labirinto não é original e poderia ter sido muito melhor explorada no roteiro. Talvez se não houvesse tantos personagens suspeitos e o foco nestes fosse em menor grau e menos repetitivo o filme poderia sim se tornar um suspense interessante e intrigante como é o caso do ótimo espanhol “Enquanto você dorme” (2011) protagonizado por Luis Tosar, no qual o filme todo também se passa dentro de um prédio.