Tomcat
Parábola sobre dois Adões expulsos de um Paraíso idílico
Stefan (Lukas Turtur) e Andreas (Philipp Hochmair) formam um casal feliz que vive em uma bela casa nos campos vienenses em um idílio amoroso constante. Levam uma vida perfeita, harmônica na companhia de seu gato Moises e ambos trabalham para uma orquestra local. A vida é confortável, amorosa regada por amigos maravilhosos, muito jazz e música clássica. Mas depois que uma cobra aparece neste paraíso, tudo começa a mudar, abalando a utopia de Andreas e Stefan, que explode em forma de violência, raiva e culpa.

Dirigido por Händl Klaus (que começou sua carreira como ator em filmes de Haneke), “Tomcat” (Kater no original) investe no tom psicodramático, embora com algum didatismo, para contar uma história que, nada mais, nada menos é uma parábola gay de Adão e Eva no Paraíso.
Após a morte do gato, tudo parece desmoronar e a tensão cresce a cada instante, mas falta ao diretor uma perversidade intensa e dolorosa (que Haneke tem de sobra) e a desconstrução deste casal fica na metade do caminho. Embora a dupla de atores apresente uma excelente química, algumas questões não são bem internalizadas e ficamos a deriva sobre a função deste filme. Os dois Adões que repentinamente se vêem expulsos do Éden, parecem não ter muitas opções e tratam de colar os caquinhos quebrados com uma boa dose de indulgência. Este “perdão” desanima a tônica de um filme que lida com corrupções morais, mas prefere ficar em cima do muro.

Festival do Rio 2016 – Expectativa 2016.
Tomcat (Kater)
Áustria, 2016. 114 min.
Direção: Händl Klaus
Com: Philipp Hochmair, Lukas Turtur, Thomas Stipsits, Manuel Rubey
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